quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Dois goles d'água


De repente, por intermédio maluco da física viva, o que antes era espelho reproduzindo a imagem se torna a imagem que todos os espelhos querem reproduzir. De repente você compreende que é mais, muito mais que olhares significativos e gestos mínimos. E que apesar de serem verdadeiros tesouros, muitas vezes as miudezas são apenas isso, miudezas. De repente você entende que a vida é maior que qualquer atitude. E de que valem as atitudes quando são mudas? Quando não se fazem ouvir?

Você entende que há diferença entre atitudes silenciosas e atitudes mudas.

De repente um mundo novo se abre aos seus pés. Como um buraco seco. E você, Alice, nesse país das maravilhas aprende a jogar cartas com uma rainha, e a correr atrás de coelhos.

Ando cansada! De tantos "talvezes" e "quase-nadas". Ando cansada de pessoas mentirosas, enganadoras de si mesmas. Ando cansada de pessoas indiferentes e que figem ser felizes o tempo todo. Desejo relacionamentos vicerais e queimantes. Desejo pessoas que são o que são, não o que querem ser.

Ando abusada! De políticos desregrados, de lutar contra o (pré)conceito, de competições amorosas...É tudo uma mornisse sem fim! Ando fugindo de emoções contidas, gente que se reprime e que quer reprimir. Nessas horas até o choro fica preso no olho e embaça as vistas.

Me enfastiei dessa saudade da pessoa perfeita. E olha que perfeito pra mim é aquele que erra também, que é humano. Cansei mesmo foi dessa gente de plástico! Quero carne e sangue! Quero mais que isso, muito mais. Muito mais silêncio, muito mas barulho e principalmente quero muito mais de mim.

Cinco minutos e dois goles d'água. É tudo que eu preciso pra consertar as coisas. Sim, é difícil de entender, mesmo eu não entendo. Mas é o que eu preciso, Ainda não sei como será, o que vou fazer não tenho idéia. Fazer planos nunca foi meu forte. Nem segui-los.

Dois goles d'água. Respirar. Seguir o rumo.

Talvez eu não consiga me livrar dessa prisão. Talvez eu mesma esteja me aprisionando, e lá dentro o que realmente sou, está sendo forçado a olhar o Sol nascer, por trás de grades imundas que eu mesma forjei.

3 comentários:

Glícia disse...

Gostei muito do txt. Nossas prisões são quase sempre de autoria própria, talvez por isso tão difíceis de escapar.

Ah, publicidade:
http://atenasoupersefone.blogspot.com/

Daiane Santo disse...

Olá! Estou enviando um recado para todos os blogs que eu participo, pois, depois de realizar uma alteração no título e endereço, meu blog não aparece mais as atualizações, portanto, estou pedindo - para quem segue - me adicionar novamente, para solucionar o problema.


Volitando no Universo.

http://volitandonouniverso.blogspot.com/?zx=7730d55692be195e

Obrigada!!

Beatriz Amorim disse...

Oi Ana!
Texto maravilhoso. Muitas vezes é realmente cansativo ter pessoas de
"plástico" ao redor. E muito mais que cansativo, é triste. Ver como muitos não aproveitam uma vida, que é tão curta!

Beeijos