segunda-feira, 6 de abril de 2009

Sobre eles

(Ana Luiza Miranda)
O destino fabricou um fio especial e pregou uma ponta no coração dele e outra ponta no coração dela. Mas o fio tinha uma distância mínima:

A distância de um abraço.

É certo que eles não podem ficar abraçados sempre. Tem que se afastar. E dói. O coração recebe um puxão cada vez que os braços se soltam. O fio se estica ao máximo e cada batida dói, impedindo-os de esquecer a ausência. E entenderam que saudade é quando o fio que liga corações que se importam se estica ao máximo.

Que alívio quando se reencontram! Os braços se envolvem e os corações batem juntos, encostadinhos. Eles gostam do som. Não é tocado no rádio, nem famoso. Mas é só deles. Entendido apenas por eles.

Antes existia o medo de o fio arrebentar com a distância, num estalo imperceptível aos ouvidos, gritantes para a alma. Mas também existe a certeza de quem entende que coisa feita por destino não se quebra fácil. O coração acaba se fortalecendo e permanece firme quando vem aquele puxão. Sabem que sempre os olhos voltarão a se olhar, os sorrisos se abrirão, os corações se encostarão e o mundo vai ouvir a música. Melodia única, harmonia impecável e ritmo simples, porém sutil.

A música deles.

Não é tocada no rádio, nem famosa... Mas é só deles.
(dedicado à Tiago Isaac)

Um comentário:

Gabriele Lopes disse...

Simplesmente MA-RA-VI-LHO-SO!!